Filosofia Astrológica - A avó celestial.

Uma tribo tinha o costume de esperar a lua minguante aparecer no horizonte para poder glorificá-la. Só que, diferentemente nesse período, a lua estava vindo acompanhada de uma estrela que chamava a atenção de todos - ela tinha o poder de penetrar na alma e expor a verdade de quem ousasse olhar com fixação.

Essa estrela avermelhada trazia consigo uma energia apaixonada, que curaria mazelas pessoais e colocaria entusiasmo nos sonhos já esquecidos por aqueles em que deixaram o tempo e a falta de fé levar embora.

Na verdade, essa estrela era Marte e após ter surgido e instigado todos a olharem com coragem seus desejos nunca consumados, eis que surge entre as nuvens uma luz pálida, suave e mansa. Era a lua nascendo.

Ela, minguante, era a imagem de uma senhora já bastante vivida e cansada, porém transmitindo uma sensação de poder e sabedoria que só quem estava presente poderia sentir.

A anciã em forma de lua olhou para os seus filhos adoradores e lhes ofereceu o colo. Imediatamente, a tribo abriu braços e corações, todos emocionados com o poder materno que o astro estava oferecendo. Eles chamavam:

- Vovó, que linda estás hoje! Abençoada seja!

E começaram a pedir que a vovó lua tirasse de suas vidas coisas ruins que tinham acontecido com elas, do tipo que não serviria mais, pessoas que não adicionariam mais nada de bom, memórias que só traziam medo e insegurança.

A velha lua com seu poder de minguar foi ouvindo cada um deles e foi levando cada dor e angústia, disfarçadas de desculpas para viver uma vida melhor.

Depois que todos largaram alguns de seus passados pesados, seus corações ficaram leves, tranquilos, dando espaço para que o novo tivesse uma oportunidade de entrar no caminho deles.

A tribo agradeceu a sua avó celestial e foram dormir, sonhando que seriam mais íntegros e honestos com os seus sonhos a serem realizados.

Por Rd Rodolfo.

Nos céus, uma lua minguante aos 27° de Virgem e Marte aos 18° de Áries.

📸 astrofotografia muito incrível do @tiagodomezi

🎨 Edição por @rd_rodolfo_