Filosofia Astrológica - O carneiro dourado (mitologia dos signos).

Ao criar mitologias, nossos ancestrais foram extremamente sábios. São tantos detalhes tão bem colocados que, ao estudá-los, devemos ter um tempo considerável de reflexão para unir cada conhecimento ao nosso cotidiano. 

Símbolos e seres arquetípicos fazem parte de toda uma história para retratar a nossa própria história. E o que saber sobre a mitologia do Zodíaco? Já paramos para pensar que a maioria dos signos são baseados em animais? Seria uma parte de nós (em visão astrológica) sermos criaturas animalescas?

O primeiro deles a ser citado é Áries ♈: a energia correlacionada ao cérebro, cabeça e rosto humano, tendo por representação o carneiro. Não menos justo de correspondência, pois os carneiros usam de suas cabeças adornadas de chifres para confrontar uns com os outros em atitude de dominância perante ovelhas que estão férteis para a cópula. Além de não serem domesticáveis, ainda não respeitam uma natural hierarquia que pudesse existir entre eles. Interessante as ligações desses animais com o tema ariano, pois eles seguem esse mesmo ritmo: a cabeça como centro de poder, dominância, combate, vitória, virilidade, independência e ego.

Para o carneiro selvagem ir parar nas estrelas, houve um personagem dramático que o representa: Crisómalo, o carneiro alado enviado por Zeus para salvar duas crianças: Frixo e Hele. Atamante e Nefele eram os pais, sendo Atamante rei de uma região da Grécia conhecida como Beócia. Porém, deixou a esposa e assumiu uma segunda união, agora com Ino. Ela, cheia de sentimentos baixos pelos filhos do casamento anterior, criou um plano maligno: molhou o trigo antes do tempo, causando estragos na colheita. O rei, não sabendo de nada e preocupado com o reino, foi ao oráculo pedir ajuda. O que ele não sabia é que Ino induziu o oráculo a aconselhar Atamante a oferecer seus filhos em sacrifício aos seus deuses para livramento da suposta infertilidade das terras.

Os fatos se divergem nos detalhes. Um deles diz que Nefele, mãe das crianças, clama para Zeus salvá-las da morte, pois o pai das crianças tinha aceitado os dizeres do oráculo induzido. O deus dos trovões, ouvindo a mãe, se compadesse e envia um carneiro que além de alado tinha a lã de ouro. Crisómalo salva as crianças e as leva embora.

Entretanto, durante a viagem, a menina Hele cai das alturas e no mar fica, chegando salvo em Cólquidas apenas o menino Frixo. Lá, o rei Eetes pede o carneiro do menino em troca de sua estabilidade em novas terras, pois ele tinha se tornado um forasteiro. A lã de ouro fica guardada como um tesouro no templo do deus da guerra - Ares. Até que, tempos depois, Jasão e seus companheiros (os Argonautas) decidem, através de um desafio imposto, tomar a lã de Eetes em uma longa aventura para ter seu trono de volta, usurpado por seu tio.

Jasão, com a ajuda da própria filha do rei - Medeia, conquista a lã e volta para sua terra natal, tirando o tio do poder com o desafio cumprido. Porém, Jasão trai Medeia com outra mulher. Revoltada, ela usa dos seus conhecimentos em feitiçaria (que mesmo ajudou seu amado) para se vingar e matá-lo, tendo como plano ferir gravemente sua cabeça.

Aqui podemos ver, mesmo que breve, algumas das facetas que envolve o tema de Áries ♈: a figura masculina em destaque; o próprio carneiro como recompensa; reis, poderes e disputas; o templo de Ares (deus regente deste signo); os desafios incubidos; ousadias; a ideia do herói; o feminino representado por mulheres de pulso ou simplesmente postas em segundo plano; ímpetos emocionais; desavenças amorosas e triângulos amorosos que envolvem a história do início ao fim, em uma alusão com a nossa.

Então, se você é de Áries, ou mesmo é uma pessoa curiosa, encontrou alguma correspondência em sua vida baseada na mitologia do signo? 

Escreva aqui embaixo nos comentários para trocarmos uma ideia.

Filosofia Astrológica, por Rd Rodolfo.

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CRÉDITOS:
📸 Primeira e segunda fotografia por Patrick J. Endres (Alaska PhotoGraphics.com). 
📸 3a: imagem dos arquivos do Pinterest. Até o momento autor ainda não identificado. Edições por @rd_rodolfo_

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