Filosofia Astrológica - Não ganhamos o tempo todo e há coisas em nossas vidas que precisam cair fora.
[Recordações. Outono, 2017]
Estava eu andando pela vida, acreditando que poderia enganar a mim mesmo. Mas para cada tolice, um basta.
Na esquina, acabei encontrando bem na minha frente, Plutão, o deus da transformação. Sua aparição não foi nada agradável, além de assustar bastante. A ação dele foi aguda e irrevogável.
Ele disse que não dava mais para eu seguir do jeito que estava. Precisava mudar. E pior, era obrigatório. Não havia escolha.
Eu, sem saída, tive que atravessar por um portal. Ao passar por ele, eu teria que ofertar algo que me custaria, como nunca mais poder tocar ou sentir o que eu mais prezava, ou assim pensava.
Perderia uma parte mim. Seria uma cirurgia sem anestesia. E o órgão? Emoções.
Mal eu sabia o que estava por vir. E o que veio vendou meus olhos e meu coração como se não houvesse saída. Foi bem pesado.
Depois de ter atravessado, me senti muito mais leve e vivo. Deixei para trás os enganos, para dar espaço para decisões mais conscientes e de amor por mim. A vida, a partir daquela atravessia, teve cores mais bonitas e parecia que tudo de bom poderia acontecer. Mas não antes sem romper com quem mais me maltratava: eu mesmo.
Isso não veio sem dor.
Quando Plutão cruza o teu caminho, tu não pode escolher nem negociar. Apenas precisa entender que não ganhamos o tempo todo e que há coisas em nossas vidas que precisam cair fora.
Alguma vez Plutão já fez cirurgias em ti?


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