Filosofia Astrológica - Os vários mundos de Gêmeos.


Gêmeos ♊ é um dos signos mais malfalados do zodíaco e as razões disso acontecer são diversas. Mas, talvez, isso ocorra porque alguns aspectos nessa energia geminiana são pouco aceitas na nossa cultura ocidental. Então, para entendermos um pouco mais de Gêmeos e libertar nossas mentes, devemos ir na raíz da situação: a mitologia por trás desse signo. E aqui temos uma versão:

Leda era esposa de Tíndaro, rei de Esparta. Zeus, deus dos céus, afeiçoou-se por ela e quis tê-la para si em mais uma de suas aventuras amorosas. Uma vez, estava Leda tomando banho nas águas, quando avistou um lindo cisne. O animal aproximou-se dela sinuosamente e a mulher o acariciou. Só que mal ela sabia que o cisne era, na verdade, o próprio Zeus disfarçado, com a intenção de aproveitar a sua mais nova amada.

A história se sucede e vários dias depois Leda dá a luz dois ovos. Cada um deles continha dois filhos, mas nem todos eram filhos de Tíndaro. Dois deles eram filhos de Zeus, ou seja, divinos e imortais. Um se chamava Castor, mortal filho de Tíndaro. O outro era conhecido como Pólux, imortal filho de Zeus. Mesmo sendo filhos de pais diferentes, eles cresceram juntos e tinham uma ótima convivência; eram considerados os filhos mais amados de Zeus. Cada um deles se dedicaram em áreas diferentes da vida. Os gêmeos eram conhecidos por outros nomes também: castores (latim) e dióscuros (grego). Eles eram espertos, alegres, fluídos e aventureiros.

Uma de suas aventuras foi juntar-se ao desafio que Jasão tinha sido submetido, viajando além-mar na história ariana mais conhecida como "Os Argonautas". Uma outra, que determinou a vida dos dois para sempre, foi o rapto de duas jovens mulheres, Febe e Hilária. A razão desse ato desmedido foi a paixão dos gêmeos por elas. Porém, isso atiçou a raiva dos dois homens em que as moças estavam prometidas, e com isso, foi desenrolada uma luta, onde Castor é atingido por uma lança e padece no mesmo instante. Pólux, na fúria, acaba por matar todos os outros e não aguenta ver seu próprio irmão morrer. 

Na angústia, ele implora por Zeus,
seu pai, para que seu irmão volte a vida, pois não aguentaria viver sem Castor. Mas o deus nada podia fazer, pois a morte é irrevogável e pertencente aos reinos de outro deus, Hades. Entretanto, Zeus ainda poderia fazer algo. Transferiria uma parte da imortalidade de Pólux para Castor, assim, ambos poderiam andar entre os mundos em tempos alternados.

A mitologia de Gêmeos é cheia de dualidade. Dois seres amavam a mesma mulher; dois ovos com dois filhos cada; filhos de dois pais; a parceria dos irmãos e a situação entre a vida e a morte; os gêmeos se dedicando em áreas diferentes; outros nomes para eles; o rapto de duas mulheres; a luta com dois homens; os mundos em que os irmãos viajam. Nunca é algo fixo, sempre há uma alternativa além das que estão na mesa, mostrando que a vida é multifacetada e cheia de variedades para conhecer e experimentar.

Para as pessoas de Gêmeos, as várias opções são sempre bem-vindas. No entanto, elas não são compreendidas pela maioria das pessoas, pois na nossa cultura, sempre devemos escolher apenas um caminho para seguir e evitar ao máximo a dispersividade, sendo que a frase "tempo é dinheiro" é mais forte que nossa própria natureza humana. 

A chave de um caminho menos turbulento para Gêmeos está justamente do seu outro lado do zodíaco: Sagitário ♐. Este signo é regido por Júpiter (Zeus na Grécia). Ele é o pai dos rapazes, e em um dos momentos mais escuro que os gêmeos viveram, foi Zeus (Júpiter em Roma) que intercedeu e mostrou uma possibilidade para a vida dos castores: alternar os mundos em tempos contados, para que assim, pudessem cada um aproveitar o outro como podiam, expurgando uma dor que hoje as pessoas de Gêmeos, sejam elas pelo Sol, Lua, Mercúrio, Ascendente, etc, podem não conseguir.

É nítido o conflito delas por quererem vários caminhos, várias pessoas, várias rotinas, várias coisas ao mesmo tempo e no final da história não têm nada. Em um prisma mais crítico, são as famosas "fazem tudo, mas não fazem nada". Para não cair nessa contrariedade tão facilmente, é válido olhar para o seu divino (Zeus) e encontrar um modo em que a visão múltipla possa coexistir sem danos físicos e morais. É normal pessoas de Gêmeos ♊ sentirem que possuem uma duplicidade dentro delas, sempre usando de seus dez dedos para escolher mais dez cores de uma só vez. Elas sentem Pólux e Castor. Um aqui, outro lá.

É possível ter uma vida geminiana com menos conflitos, mas é preciso ter foco e sabedoria para vivê-la. Caso contrário, as portas da dor de Pólux sem Castor não fechará dentro de si e nunca encontrará o seu outro irmão, seu outro lado, sua outra vontade, seu outro querer e ser; numa ansiedade de sempre sair do lugar e chegar em lugar nenhum.

Filosofia Astrológica, por Rd Rodolfo.

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CRÉDITOS: primeira ilustração é de dois rapazes gêmeos, por Deviantart. E a segunda imagem é uma escultura dos irmãos Castor e Pólux, de Antoine Coysevox, mas o autor da fotografia ainda não identificado. Quem souber, por favor informe para creditar devidamente. Edição por @rd_rodolfo_

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