Filosofia Astrológica - Os Luminares pt XVI - O quarto eixo celeste: o Câncer e o Capricórnio nosso de cada dia (pt1 & pt2).
Se você estiver acompanhando todas as leituras de "Os Luminares" até aqui, já percebeu que o Sol e a Lua são os nossos personagens principais. Toda vez que eles ficam opostos (graus exatos ou aproximados de distância um do outro e momento de lua cheia) ativam as energias dos eixos zodiacais.
Agora, mais uma vez não será diferente. O quarto eixo é ocupado por Câncer e Capricórnio. Câncer é a energia que domina nossos sentimentos, o feminino, a casa e como fazer dela um lar. Já Capricórnio sustenta esse lar com esforço, trabalho e superação. É a estrutura da vida. Vejamos:
Em uma frondosa árvore, há um ninho de pássaros. Os filhotinhos estão ansiosos por comida e pelo calor da mãe, que por sinal está ausente. Logo mais, ela aterrissa na sua casinha e dá comida e aconchego para sua cria, que tanto sentia falta dela. O pássaro mãe se preocupa em trazer nutrição aos filhotinhos, primeiro em forma de alimento, pois ela sabe que eles precisam crescer e ter forças para sobreviver. Segundo, em forma de afeto. Ela precisa estar por perto para que eles sintam a sua presença, evitando inseguranças e até mesmo que eles se tornem presa fácil.
O tempo passa. Todas as etapas iniciais foram cumpridas com sucesso, mas agora é hora de libertar os filhotes e deixá-los usarem suas próprias asas para poderem se sustentar. Essa é uma fase decisiva na vida de todos eles, pois determinará quem vai evoluir e voar longe, ou quem ficará para trás. O pássaro mãe ensina, de alguma forma, sua cria a bater as asas. Eles tentam e caem. Tentam e caem de novo. Tentam mais uma vez, tornando o primeiro voo um desafio. A mãe precisa deixar eles "se virarem". Ela não deve cuidar por toda a vida. É dolorido, pois são os primeiros movimentos de "ferramentas" nunca usadas antes. Com esforço, eles finalmente conseguem pequenos voos. O desafio foi vencido.
O ninho, a mãe, o aconchego e o alimento é Câncer. O desafio de alçar o primeiro voo, a dor de perder a zona de conforto é Capricórnio.
Outro exemplo. A mãe e o pai levam seus filhos para a escola. Essas crianças por serem muito pequenas, ainda não possuem pleno discernimento dos caminhos de sua casa até a escola, dos cuidados com o trânsito e a vigilância com pessoas estranhas. Seus pais devem acompanhá-los, somando em segurança e companhia. Quando as crianças crescerem em termos de idade e maturidade, possuirão a capacidade de proteção por conta própria dos perigos, do ir e voltar. Nessa fase, o pais estarão com um de seus deveres cumpridos sobre seus filhos.
Os pais é Câncer, onde acompanha cada passo dos filhos nas diversas fases. O momento em que as crianças precisam largar as mãos de seus pais para irem e voltarem sozinhas para a escola/casa é Capricórnio. Se essa fase não for feita com capricho, talvez tenhamos adultos que não sabem escolher seus próprios passos na vida, podendo ser temerosos sobre suas emoções ou extremamente responsáveis, trocando a infância pela vida adulta.
Mais um exemplo. Um rapaz, após um ótimo período de sono, levanta cedo de sua aconchegante cama, toma seu delicioso café, se prepara com suas roupas e coisas bem arrumadas e sai para estudar e trabalhar.
Seu psicológico está bem cuidado, pois sua casa é um abrigo, traz paz, proteção e sua família o ama. Ou seja, a casa dele é um lar. Quando ele vai para as ruas, encontra com colegas de sala de aula e do trabalho, enfrenta desafios, se desenvolve e evolui, ganha a vida com cada esforço dado e supera obstáculos internos e externos. No final do dia, ele está super cansado, mas honrado de tudo o que fez. No fundo, ele sabe que a vida é como subir montanha e que o topo só é conquistado com muito esforço.
Aqui, Câncer é a casa e o lar do rapaz, onde ele recarrega as energias de um dia puxado. Lá ele encontra a família que o ama e as pessoas que ele ama. A nutrição afetiva importa muito e faz dele dono de si mesmo e desbravador dos próprios caminhos. Todos os desafios que essa pessoa precisa vencer fora de sua casa é Capricórnio.
Por último, temos o nosso mundo. Todos os dias milhares de pessoas em várias nações saem de suas casas para fazer dinheiro, manter a carreira, realizar sonhos, superar e inovar, fazer a roda girar, transformando e construindo o planeta. Nas ruas, estamos sujeitos a muitas coisas. As experiências se manifestam e com elas aprendemos sobre a vida, caindo de bunda e criando calos nas mãos, até aprendermos como é que se faz. Nossa pele começa a ficar resistente e menos sensível, saímos da nossa bolha.
Mas quando o dia acaba, temos a necessidade de voltar. "- Voltar pra onde?" Voltar para casa, para um abrigo, para um colo, para o calor humano afável, para o lar, pois é lá que podemos nos despir das armaduras que temos que usar cotidianamente e nos vestir de cuidados e carinhos por si e pelas pessoas da família. Quando menciona-se "família", pode ser também uma irmandade, uma comunidade querida, uma nação, uma tribo, um templo ou igreja, não necessariamente de sangue.
Nem todas as pessoas possuem esse lar ideal (Câncer) e nem todos são desafiados rotineiramente para ter o pão de cada dia (Capricórnio). Mas a sinergia desses dois signos trata sobre esses aspectos, onde nenhum de nós estamos sem.
Caso os passarinhos não saiam das asas da mãe pássaro, ou os filhos não larguem das mãos dos pais para decidirem seus próprios passos, ou se as pessoas não saírem de casa para conquistar o pão de cada dia, ou seja, caso não quisermos encarar o Capricórnio que temos em nós, acabaremos todos muito sentimentais e moles (o extremo de Câncer), não obtendo forças suficiente para escalar nossas montanhas, famintos e sempre chorando por cada topada que damos, por cada coração partido, transformando a vida em um mar de dores.
Se Capricórnio está muito forte em alguém, esta pessoa se afoga no próprio suor do trabalho, sempre acreditando que pode fazer mais e mais, enxergando a vida como se fosse um deserto que só os mais fortes sobrevivem, renegando carinho e afeto, bloqueando suas emoções, afastando-se de pessoas queridas, só para ter mais tempo para trabalhar.
Em 2020, vivemos essa situação: casa vs carreira profissional. Na quarentena ficou claro que estávamos trabalhando tanto que já tínhamos esquecido o que era um lar. Muitos de nós estamos tendo essa oportunidade ÚNICA de olharmos com sinceridade para nosso interior para saber o que queremos das nossas vidas nos próximos anos, como queremos construir nossa rotina de acordo com as necessidades familiares e profissionais.
Que as águas de Câncer reguem nossos corações, e as terras de Capricórnio em nossas vidas não estejam assim tão secas.
Obrigado pelo seu tempo e qualquer coisa é só perguntar 🔹 Por @rd_rodolfo_
Textos publicado originalmente em 06 de julho de 2020.
📸 ilustração por @deviantart & pintura por @pinterest
🎨 Edição por @rd_rodolfo_


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