Filosofia Astrológica - Os Luminares pt V - O primeiro eixo celeste.


Nos céus e na terra há um período em que o astro Sol se veste de Áries e incendeia a vida para que ela aconteça. Agora, com essa energia explosiva, todas as coisas tem a oportunidade de nascer.

Nada na vida surge suave. Sempre temos que nos esforçar para que algo ocorra. Quando temos um sonho e fazemos nada para realizá-lo, ele simplesmente não se realiza. Para que aconteça é preciso o calor da paixão pulsando em ti, te esquentando. Quando aquece te traz conflitos, pois você está saindo da zona de conforto e adentrando em um novo ambiente, desconhecido. Para ir além disto, é necessário mais força de vontade, para enfim, conquistar a afirmação: eu quero, eu posso, eu consigo. Esse é o propósito de Áries.

Entretanto, aos exatos ou aproximadamente 180°, a Lua chega em sua fase cheia e encontra-se em uma relação direta de oposição solar, assim estabelecendo toda a sua luz advinda dele. Aqui ela sensibiliza a energia que está justamente na escuridão da qual ele está iluminando: Libra.

Agora é o momento em que esse casal sagrado pode ter uma das percepções do viver: eu posso fazer e ser o que eu quiser, portanto que eu não tire a liberdade do outro. 
Pois quando o Sol ilumina Áries (o instinto, o impulso, o tomar com vigor, tipo animalesco), ela, enquanto cheia, ilumina Libra (o pesar das situações, o toque refinado do raciocinar e o dar as mãos). A partir daqui se estabelece um conflito ou cooperação. Tudo dependerá de como foi nosso aprendizado.

A deusa lunar da paz começa a esclarecer:

- Eu não conheço o animal dentro de mim. Ao passado da brutalidade, eu dou lugar a beleza dos seres humanos como base para manter as regras da boa convivência. Tal beleza sendo o corpo e todo o cuidado com ele e seus utensílios; ou a virtude do raciocinar, que eleva a humanidade aos sublimes estágios de entendimento do outro como chave para a pacificação.

Todo ser humano internaliza um lado transgressor do próprio "eu", seja em alto ou baixo nível. Libra, onde estou, é a balança da justiça. Caso não haja leis individuais e/ou coletivas, a transgressão de cada indivíduo pode se libertar e causar grandes destruições a comunidade e ao mundo, como acontece com as guerras.

Sem respeito e ordem, o conflito é instaurado. No tribunal da vida, a imparcialidade deve acontecer como sinal de evolução mental sobre os mais obscuros e subversivos pensamentos de um para com o outro. Os bons modos, a eloquência e a diplomacia constroem uma civilização ideal. O querer de uma pessoa deve ser um desejo que vai colaborar com os demais, não havendo espaço para os rebeldes e seus corações inflamados. Aliás, no lugar do coração, eu ponho a mente.

"O conceito de justiça é uma criação da mente humana; os leopardos não reúnem uma comissão para discutir se um antílope em especial merece ou não ser comido." 

Obrigado pelo seu tempo e qualquer coisa é só perguntar.

Texto publicado originalmente em 07 de abril de 2020.

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